O processo de ocupação do Brasil caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição dos recursos naturais, particularmente das florestas. Ao longo da história do País, a cobertura florestal nativa, representada pelos diferentes biomas, foi sendo fragmentada, cedendo espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades.
Este processo de eliminação das florestas resultou num conjunto de problemas ambientais, como a extinção de várias espécies da fauna e da flora, as mudanças climáticas locais, a erosão dos solos e o assoreamento dos cursos d'água.
Neste panorama, as matas ciliares não escaparam da destruição; pelo contrário, foram alvo de todo o tipo de degradação. Basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens de rios, eliminando-se todo tipo de vegetação ciliar; e muitas acabam pagando um preço alto por isto, através de inundações constantes.
Reconhecida a importância ecológica, a água vem sendo considerada o recurso natural mais importante para a humanidade, as florestas ciliares continuam sendo eliminadas cedendo lugar para a agricultura e a pecuária e, na maioria dos casos, sendo transformadas apenas em áreas degradadas, sem qualquer tipo de produção.
É necessário que as autoridades responsáveis pela conservação ambiental adotem uma postura rígida no sentido de preservarem as florestas ciliares que ainda restam, e que os produtores rurais e a população em geral seja conscientizada sobre a importância da conservação desta vegetação.
O novo Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente. Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios deve ser preservada.
De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso d'água.
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Observando este problema decorrente no município, nosso grupo optou por investigar e incentivar práticas de conscientização e recuperação do Rio Fartura, rio, este, que contorna a cidade de Santana do Itararé e desagüa no Rio Itararé, importante rio que divisa os Estados do Paraná e São Paulo.
Partimos então para as entrevistas com os líderes da cidade e proprietários de chácaras existentes às margens do mesmo, para sabermos quais os pensamentos da população, as propostas e projetos existentes pelos líderes políticos e Instituições ambientais do Estado.
O Estado do Paraná desenvolve o "Programa Mata Ciliar", que teve início em 2003 com uma meta ousada de plantar 90 milhões de árvores para recomposição da vegetação que protege às margens dos principais rios do estado, bacias hidrográficas, mananciais de abastecimento público, Unidades de Conservação, reservatórios de usinas hidrelétricas e bacias dos rios que integram os corredores de biodiversidade. Contudo, observamos que não houve modificação na degradação do Rio Fartura.
Procuramos entrevistar então o Secretário Municipal do Meio Ambiente, João Francelino da Silva, que relatou-nos a existência de um projeto coletivo regional, que alguns produtores colaboraram, porém, outros não alegando falta de condições financeiras, que ainda foram realizadas reuniões e palestras de conscientização, mas que o Governo até hoje não forneceu materiais para a concretização do projeto.
Secretário declarou que é de suma importância que o assunto seja trabalhado nas escolas e a conscientização seja feita com os jovens, sendo que estes herdaram o futuro e podem , hoje, ajudar a conscientizar seus pais e familiares.
Conversamos, também, com o Senhor José Pereira Neto, proprietário da Chácara São José , situado no Bairro Água da Onça. Contou-nos que faz 25 anos que reside no local, que tem pouca plantação de árvores, contudo, após ter conhecimento das leis que poderiam o afligir, plantou várias mudas que foram arrastadas pelas enchentes. Hoje, para amenizar a situação, isolou a área, pois diante de tantas tragédias e noticias sobre a escassez da água em nosso planeta todos devem fazer sua parte.
Constatamos que, há um jogo de empurra-empurra nas responsabilidades que consideramos ser de todos nós. Se cada um fizesse uma parte, pequena que fosse, já estaria contribuindo para um futuro menos catastrófico.
No dia 11 de dezembro haverá um evento, em praça pública, com a presenças das autoridades do município e de toda a população, onde manifestaremos nossos anseios e procuraremos, através de palestras, panfletos e abaixo-assinado, conscientizá-los da importância da preservação de nossa casa "O PLANETA TERRA".
Um comentário:
Entrevistas bem completas, interessante. Precisa ver o que dá para fazer com a boa vontade, sem muita verba, ao mesmo tempo ir atrás de recursos.
Não é fácil, é um belo desafio.
Vocês vão encarar?
O que que dá pra fazer de imediato?
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